sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

À Senhora da Estrela..

"Salve Estrela que brilhais
No céu na Terra e no mar,
Volvei sobre os Vossos filhos
Luz do piedoso olhar."
Assim canta o Hino, da autoria de Tavares Canário, solenemente cantado Domingo, com Te Deum, na Matriz da Ribeira Grande e, logo de manhã, em honra da Senhora do Cabo, padroeira da Banda Estrela d'Alva, na Matriz de Santa Cruz da Lagoa.
No mais, e sobretudo na outrora "Vila Cidade", desfilam cantores ao toque sereno da música que enche o silêncio da noite em honra da Senhora.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

No 30º Dia do Padre Ribeiro.

Sexta-feira, às 18.30, na Matriz de Ponta Delgada, é celebrada Missa por alma do seu antigo Prior, Pe. José Ribeiro. No Domingo, após a Missa do Meio-dia, a Comunidade sai, rumo ao Cemitério, para aí colocar a placa em memória deste grande sacerdote.
Homem de elevada cultura e piedade, era também pessoa de refinado sentido de humor, o que contagiava de alegria quantos o rodeavam.
Lembrei-me daquele ano em que, tendo mandado, ao meu estimado Padrinho, postal de Natal, feito em fotografia de família com os nossos filhos mais velhos, recebi de resposta, em fotografia do Monsenhor: "Não posso enviar-lhe uma fotografia rodeada de rebentos filhos porque os meus filhos são de ordem espiritual e já são tantos que não tenho fotografia de todos".

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Um sinal de abertura e de reencontro.

O Papa Bento XVI decidiu anular a excomunhão decretada em 1988 por João Paulo II contra os bispos do movimento católico, defensor da tradição, fundado pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre.
Anular a excomunhão constitui um passo importante para a reconciliação com a Fraternidade, que tem 460 padres espalhados por quase 50 países e tem a sua maior comunidade na América Latina, em particular na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e República Dominicana.
Desde o início de seu pontificado em 2005, Bento XVI fez vários gestos de abertura em direcção ao movimento católico fundado pelo arcebispo francês, entre eles a introdução em Julho de 2007 da missa em latim, uma exigência dos 'lefebvristas'.
Em Junho do ano passado, o Vaticano abriu mão de exigir à Fraternidade de São Pio X, fundada em 1969 em Econe (Suíça), pelo monsenhor Lefebvre, o reconhecimento dos novos ritos dispostos pelo Concílio Vaticano II, celebrado entre 1962 e 1965 e que alterou a imagem exterior da Igreja.
A Fraternidade de São Pio X, pela voz de Fellay, prometeu respeitar "o primado do Papa" e aceitar os ensinos da Igreja "com espírito filial", ou seja, deixando de qualificar de heréticas algumas disposições vaticanas.
A Fraternidade de São Pio X expressou, ainda, a sua “gratidão filial” ao Santo Padre, afirmando o seu desejo de «poder ajudar sempre mais o Papa a pôr remédio nesta crise sem precedentes que comove actualmente o mundo católico, a que o Papa João Paulo II havia designado como um estado de “apostasia silenciosa”».
De facto, antes de tantos outros que connosco têm diferenças tão abissais, o reencontro tinha de ser feito com aqueles que mais não fazem do que defender a mesma Igreja que perdurou militantemente durante séculos. Quem somos nós que, em nome da abertura, esvaziamos as Igrejas pela banalização do Sagrado, para impor limites a quem duvida do mérito de construir a Liturgia à medida do logo ali, como se Deus não fosse bem mais grandioso do que a nossa insolente apetência ao tu cá, tu lá? Quanto maior não é o esplendor que, ao Criador, é devido? Ainda que um Deus próximo! Quanto mais próximo, mais devido e merecido é o respeito do homem, criado à imagem e semelhança de Deus, não igual a Deus. A ânsia das igualdades destruiu o sentido da humildade, esta sim bem mais difícil.
Que o reencontro ajude a reencontrarmo-nos connosco próprios.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Causa Real alcança dimensão nacional

"O presidente da Federação das Reais Associações de Portugal, Paulo Teixeira Pinto, apresentou no passado sábado, ao Conselho Monárquico, reunido em Santarém, uma proposta de “nova organização e arquitectura institucional” para a Causa Real e também de “estratégia política de actuação” para “um novo ciclo”.
Dessa estratégia faz parte a vontade deste movimento monárquico de se assumirem como movimento político - "sem ser um partido político", frisou Paulo Teixeira Pinto – e de incentivar os seus membros a estarem inscritos e filiados em partidos, como hoje já acontece. "Ao invés dos partidos, que têm uma “visão global da sociedade, com programa de acção, programa de governo”, os monárquicos “unem-se em nome da titularidade da chefia do Estado”. A Causa Real “vai passar a ter maior intervenção pública”, disse Paulo Teixeira Pinto.
D. Duarte Pio disse que não fazia sentido cada Real Associação continuar a trabalhar sozinha, saudando a sua transformação num “movimento para completar a Democracia portuguesa”. D. Duarte frisou ainda que a Causa Real existe apenas com o objectivo de conseguir que o povo português seja consultado sobre “se quer uma Democracia com um Chefe de Estado eleito dentro da classe política ou um Chefe de Estado Real aprovado pelo Parlamento”."

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Em Ano Paulino.

DECRETO PER LE CELEBRAZIONI LITURGICHE DEL 25 GENNAIO nella solennità della Conversione di San Paolo Apostolo. La Congregazione per il Culto Divino e la disciplina dei Sacramenti, ha concesso per decreto “una speciale facoltà per la celebrazione liturgica della Conversione di San Paolo apostolo nell’anno giubilare, bimillenario della nascita”, in quanto il prossimo 25 gennaio coincide con la terza Domenica “per annum”. La Congregazione ha disposto cioè che nelle singole chiese, “per speciale mandato del Sommo Pontefice”, si possa celebrare una Messa secondo il formulario Conversione di San Paolo apostolo come si trova nel Messale Romano. In tal caso, la seconda lettura della messa si desume dal Lezionario Romano per la III Domenica “per annum” e si recita il Credo.
Nel motivare questa concessione, valevole soltanto per l’anno 2009, il decreto ricorda che “l’apostolo San Paolo fu annunciatore della verità di Cristo al mondo intero”; che “dopo esserne stato persecutore, si adoperò con ogni mezzo per annunciare alle genti la Buona Novella, impegnandosi con zelo per l’unità e la concordia di tutti i cristiani” e che “è stato da sempre ed è tuttora venerato dai fedeli, specialmente in questo particolare anno, bimillenario della sua nascita, che il Sommo Pontefice Benedetto XVI ha voluto istituire come speciale anno giubilare”.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O Botequim.

Como deve ser, em dias de São Sebastião, o mártir soldado, antes do tradicional bolo de laranja que fecha o domingueiro almoço de festa, o prato típico são as tripas à moda do Porto, lembrando o excedente da carne que era enviada aos nossos soldados que propagavam a Fé e o Império. Ora, a propósito de tripas, tem Bento Sampaio este excelente artigo para leitura de fim de semana:
"Ainda hesitei, mas a fome apertava, “quem sabe se aqui há tripas...”
Das muitas bodegas, que topamos por esse país fora, nenhuma tem algo que lhe ligue à do vizinho, “isso é tudo a mesma coisa...”, cochichava para minha mulher, “isso é que era bom...”, asseverava uma senhora meia-idade, e o que foi que eu fui dizer, “só se for na sua terra...”, ripostou o tasqueiro lá de dentro do balcão, ainda nem tínhamos lá entrado.
Mas o caso era outro. Há uns dias, furando as ruas do Porto – isto para aí quase vinte anos –, tinha cá um desejo, levara-o de cá, que me impelia para um típico tripas-à-moda-do-Porto.
Rua acima, rua abaixo, talvez nesta aqui, que cheira a bacahau, ou naquela ali defronte, com um fortíssimo odor a polvo, ou ainda, quem sabe, ir para as bandas da Ribeira, o certo é que não havia jeito de descobrir um poiso com a especialidade da terra.
Bem, andava um pouco desapontado, entre os safados filetes de abrótea, requentados num óleo de todo o santíssimo dia, o refonfelho frango assado, com batatas fritas, padecendo do mesmo mal, o portuguesíssimo cozido, cheio de tudo, fartando a goela, ah, o coelho à caçador, boa coisa, é verdade,
Não podia deixar a cidade sem me refastelar num típico tripas-à-moda-do-Porto, “daqui não vou sem as santas tripas”, gracejei.
Mas, francamente, não víamos nada, cheirando ao que pretendíamos. Nunca se deve dar o tempo por perdido, pois ia convencido de que... e mergulhámos nas ruelas da Invicta, deixando a vetusta Sé em sossego, já passava muita coisa depois do meio-dia, “ora boa tarde!”, enfatizei de tal modo que o tasqueiro me percebeu, “a toda a hora se come na nossa casa...”, recebeu-nos com um sorriso de bem-disposto.
As cartolas, mesmo à entrada do tasco, uns fulanos, ao balcão, abocanhando grossos copos de tinto, um gato amarelo, mansarrão, saltando de pipo em pipo, tudo aquilo era uma relíquia num tempo de modernidade, quase paredes meias, em chegando à Estação de São Bento.
Ainda hesitei, mas a fome apertava, “quem sabe se aqui há tripas...”, observei quase desapontado por não me poder refastelar no celebérrimo tripas-à-moda-do-Porto.
Podia ser, não custava perguntar, “sabe onde podemos, por aqui perto, comer umas tripas?”, ele reparou, decerto, no meu desalento, “aqui!”, e gritou para uma catraia, “leva estes senhores lá para cima”.
Deu para pensar que talvez não nos tivesse entendido direito, e nos quisesse impingir uma dobrada, “sai-te coisa ruim”, refilou a minha cara-metade, ou os mesmíssimos filetes, com uma só diferença, o óleo de toda a semana...
Não. O acolhedor taberneiro tinha, a verdade se diga, uma casa muito antiga, dois séculos, à vontade. Um quarto grande, com duas mesas, um louceiro com copos e pratos, talheres nas gavetas, e mais um outro quarto ao lado, com uma mesa grande para seis clientes.
Parecia que o fulano tivesse chegado lá da terra, com a mobília de uma herança fresquinha, coisa pouca, tudo limpo, mas que chegava bem para o negócio...
Comi que me fartei; e mais comia tripas para nunca mais me esquecer daquele lugar singular, não fora a hora de apanhar o comboio para Lisboa.
Imagine-se a soneca de cinco horas, revirando as tripas noutras parentes da mesma laia, não comparando...
Ao outro dia, domingo – ainda o meu irmão Nuno andava connosco e as tripas estavam já com dono –, subimos, com os meus, uma viela por detrás da Estação do Rossio, em cata de codornizes, “são fresquinhas”, ajudou ao apetite um fulano, parecendo do Norte, “perto de Vila Real”, acrescentou.
Não era uma tasca, mas antes fosse, “ó amigo este pão está quentinho, mas veja lá...”, e denunciámos o incrível, “este pão, repare bem, tem bolor!”.
Já se vê o chinfrim de quem tinha uma vítima pela frente, um pobre coitado sem defesa que lhe valesse, “isto parece incrível!”, clamava um, “onde já se viu, em pleno centro de Lisboa!”, blasfemava outro, “quem é que julga que somos?!”, e o último insulto, “somos porcos?!”.
O nosso homenzinho, amarelo, sem saber o que dizer perante tal evidência – e antes estivesse calado –, lá teve que se sair com a pior desculpa, “é domingo...”, e todos, pareciam combinados, “e depois, e depois?!”, ele ainda apostou, “e o que é que queriam que eu fizesse ao pão?...”
Bodega, tasca, taberna ou botequim, tudo isso ainda é o de melhor que temos de autentico.
Se tem um gato amarelo, pachorrento, espreguiçando-se sobre as cartolas à porta, é porque o vinho é de boa cepa, é da pura uva, é da casa."

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Os Limites da Liberdade

Há que dizê-lo com clareza: a liberdade não é um valor sem limites. Pelo menos no conceito que resulta da Revolução Francesa. Claro que a Liberdade, a verdadeira, a que vive dentro de cada um de nós, a que nos desprende daquilo que nos rodeia, essa não tem limites. O Homem nasceu para ser livre e decidir o seu rumo: escolher entre o Bem ou o mal.
Mas não é essa liberdade que aqui está em discussão. É apenas aquela cujo conceito tem a ver com o limite dos nossos direitos e deveres. E nesta, é preciso assumi-lo, sem complexos: a liberdade não é um valor sem limites.
Desde logo porque a nossa liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Liberdade sem respeito pelos que nos rodeiam é um conceito vindo de franjas marginais, que se tornou moda, mas que temos nós, sociedade, a obrigação de condenar e impedir.
Os nossos próprios direitos só são válidos se não colidirem com direitos alheios merecedores de superior tutela. O exercício dos nossos direitos só é válido na medida em que prossegue o fim para os quais foram eles atribuídos. Aliás, é isso que continua a resultar do nosso ordenamento jurídico, embora o discurso político por vezes dê a entender o contrário, continuando a dar vãs esperanças aos que tomam essa tese como o seu modo de vida, ao invés de ancorar as suas atitudes, o seu valor e a sua importância, enquanto cidadãos, na busca da boa educação, que mais não é do que o esforço individual de cada homem e mulher em tratar de forma digna todos os seus semelhantes.
Este, sim, é o sentido do progresso e da evolução.
O resto são ladainhas que nem a comédia da Revolução Francesa consegue apagar. Então os “merecedores” de guilhotina não eram também cidadãos livres?
Liberdade significa responsabilidade.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A guilhotina da liberdade.

Em 1793, neste 21 de Janeiro, Luís XVI e Maria Antonieta são executados na guilhotina, em Paris, na Place de la Revolution. O primero grande gesto humanista dos proclamadores da liberdade, igualdade e fraternidade, hoje elevados a heróis do mundo moderno, apagando assim a verdade sobre um punhado de desordeiros libertinários, igualitários e fraticidas cuja única motivação, intrínseca aliás à natureza humana, foi a de, invejando as rendas da corte, substitui-la no fausto e na opulência. Assim o quiseram e conseguiram. Aliás, porquê a Revolução?
A França do Antigo Regime era um grande edifício construído por cinquenta gerações, por mais de quinhentos anos. As suas fundações mais antigas e mais profundas eram obras da Igreja, estabelecidas durante mil e duzentos anos. A França sofrera uma evolução assinalável nos últimos anos: não havia censura, a tortura fora proibida em 1788, e a representação do Terceiro Estado nos Estados Gerais acabava de ser duplicada para contrariar a Nobreza e o Clero que não queriam uma reforma dos impostos. Em 14 de Julho de 1789, quando a Bastilha foi tomada pelos revolucionários, albergava apenas sete prisioneiros. Com excepção da nobreza rural, a riqueza das restantes classes sociais na França tinha crescido imensamente nas últimas décadas. O crescimento da indústria era notável. Segundo Jacques Necker, a França detinha, antes da Revolução, metade do numerário existente na Europa. Desde a morte do Rei Luís XIV, o comércio com o exterior tinha mais do que quadruplicado. A servidão dos campos, que ainda existia em alguns países da Europa, persistia apenas em zonas recônditas da França, e sob forma muito mitigada. Em 1779, o Rei tinha apagado os últimos traços de servidão nos seus domínios, tendo sido imitado pela maioria dos senhores.
Outrossim, por essas melhorias, a França do fim do antigo regime estava impestada de novos burgueses endinheirados ávidos de poder e de honrarias. Tudo em nome da liberdade, igualdade e fraternidade. E hoje que é o pronto a pensar da televisão, ala a heróis a seita dos jacobinos!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Nasceu el Rei.

A ser verdade que D. Sebastião ainda possa regressar, fará hoje a bonita idade de 555 anos. Nascido em dia de São Sebastião, a 20 de Janeiro de 1554, do mártir romano tomou o nome. Décimo sexto Rei de Portugal, filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria, nasceu em Lisboa, a 20 de Janeiro de 1554, e morreu, em Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578. Sucedeu a seu avô D. João III, sendo o seu nascimento esperado com ansiedade, enchendo de júbilo o povo, pois a coroa corria o perigo de vir a ser herdada por outro neto de D. João III, o príncipe D. Carlos, filho de Filipe II de Espanha. Como cantou Camões:
"E vós, ó bem nascida segurança
Da Lusitânia antiga liberdade,
E não menos certíssima esperança,
De aumento da pequena Cristandade,
Vós, ó novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Pera do mundo a Deus dar parte grande."

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A expulsão dos Jesuítas.

A 19 de Janeiro de 1759, há precisamente 250 anos, foram os Jesuítas expulsos de Portugal.
As Cortes iluministas da Europa opuseram-se aos ensinamentos e influência da Companhia de Jesus, tendo sido Portugal, por iniciativa do Marquês de Pombal, o primeiro país de onde foram expulsos, em 1759, acusados pelo Ministro de estarem envolvidos na tentativa de regicídio de D. José. Luis XV de França também expulsou a Companhia, em 1763, do país, seguido, em 1767, por Carlos III de Espanha, através da Pragmática Sanção. Estas cortes juntaram-se na pressão sobre o Papado para suprimir a Companhia, o que veio a acontecer em 1773, pelo Papa Clemente XIV, através da Bula Dominicus ac Redemptor.
Em 1814, no entanto, é restaurada a Companhia no mundo inteiro pelo Decreto do Papa Pio VII "Solicitudo omnium Ecclesiarum".
Por cá, além da falta que se terá sentido no ensino e na cultura da cidade, ficou para a posteridade a fachada incompleta da monumental Igreja do Colégio, como que a lembrar às gerações vindouras que a Obra da Companhia fundada por Santo Inácio de Loyola, para fazer face à Reforma, ainda não estava completa.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Combate às térmitas.

Um estudo realizado pela Universidade dos Açores recomenda alguns produtos para combater a praga das térmitas, como o Xylophene SOR40, produzido e distribuido pelas tintas Dyrup, com efeito preventivo. Boas notícias que vêm testemunhar que há vida para além das placas de betão, dos alumínios recreativos e dos aglomerados de curta duração.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Novo site da Matriz de Ponta Delgada

Já está disponível o novo site da Igreja de São Sebastião, Matriz de Ponta Delgada, com toda a actividade da Paróquia, cuja Igreja Mãe é, de longa data, aberta à cidade e à Ilha. Daí o interesse redobrado desta iniciativa que possibilita assim, a todos quantos frequentam a Matriz, ter acesso a todas as informações da vida paroquial. Uma iniciativa que muito deve ao seu actual Prior, Pe. Nemésio Medeiros, que muito tem dinamizado a vida desta velha comunidade do coração da urbe.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Aos fãs do Asterix.


Saiu um novo álbum do Asterix. É uma homenagem ao seu autor, Albert Uderzo. Uma segunda homenagem. A primeira já havia saído em 2004. Os homenageantes mostram boa vontade e, para os coleccionadores, é um livro a ter em conta, até para matar saudades, mas muito longe está da edílica aldeia gaulesa saída da pena do homenageado. São divagações sobre o tema. Mas o tema propriamente dito, este, já era. Ou melhor, continua a ser, mas só nos velhos álbuns de sempre.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Biblioteca online.

Foi inaugurada a biblioteca multimédia online da Europa, a qual tem mais de dois milhões de obras das 27 Nações Europeias. É composta por livros, gravuras, mapas, fotografias e filmes. Está acessível em português através do endereço http://www.europeana.eu/
Claro que não tem o encanto da velha Biblioteca de Coimbra aqui retratada, nem se toma o sabor de quem folheia o livro, mas, para uma pesquisa, sempre terá as suas vantagens.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ao Monsenhor José Ribeiro.

Aqui fica este belíssimo texto da autoria de João Bento Sampaio.

Viagens no Tempo

Cidadãos do Céu

Bebeu o cálice do Senhor e tornou-se amigo de Deus.

Perguntem-me quem era o menino que subia para cima de uma cadeira e, já possuído da miraculosa e amorável semente, anunciava a quantos os que em dia de matança sarilhavam lá por casa, “escutem todos que eu vou dizer um sermão!...”. O catraio, um franzino de olhar doce mas arguto, ainda não satisfeito, mais alto queria parecer e trepava para cima da amassaria, “oiçam todos, isto é um sermão!...”, e punha-se a deslindar a palavra de Deus que cedo recebera dos seus. Ah, pois é, quem era o menino, pois... era tão-somente o José.Esse menino – uma graça dos céus que depressa viu desmoronar-se-lhe o cunhal da casa e logo a primeira empena cedeu e ruiu – olhou a parede mestra que sobrava e fez-se gente de palmo e meio. Como lhe prometera a boa semente, cresceu, e sempre dando nas vistas deixou os nevoeiros da sua terra, desceu à cidade, logo ali, ficando-se naquele seu jeito de José, a aclarar os horizontes do saber. Assombrado com o conhecimento das coisas – teoremas e poemas magníficos, faiscava-lhe a palavra dos clássicos – ao José faltava alargar o leque das suas amizades para lá dos que com ele andavam na Casa de Antero – e que amizades?... E o tempo mais que corria, voava para um rapaz que ainda almejava mais do que aquilo que a eloquência dos compêndios lhe iluminava. Um dia – e todos temos que trilhar os atalhos do porvir – o José riscou, não lhe ocorria o mais ligeiro senão, “minha mãe, o que eu mais gostava...”, quedou-se a ver se a mãe lhe adivinhava o intento, “... era ir para o seminário”, e os dois num consolo de felicidade, “querido filho...”.Era já ponto assente que naquele rapaz caíra a tal semente prodigiosa que ninguém duvidava, mas os da terra – enredados com querelas de extremas e demandas por uma qualquer rixa que crescera por uns copos escusados –, concordaram com o velho regedor, “oh, o José dava um grande advogado...”, e ala mais um copo. Outros, maravilhados com o filho da vizinha, “e também um doutor de gente...”. e que mal havia nisso – advogado ou doutor de gente?Nenhum.Estava na hora do filho prodígio mostrar à terra o seu destino. Viram-no num adeus caloroso acenar aos que lhe auguraram uma carreira superior, e o José rumou a Angra. Depressa correu o tempo atrás do tempo numa estonteante aventura que faltava ao José para beber o cálice do Senhor e tornar-se um dos grandes amigos de Deus.E esse foi o grande Amigo de todos, da caminhada de esperança que imprimiu à cidade, passeando-se de bondade, “vem cantar para o nosso coro”, e a resposta, “eu, senhor padre...”. A amenidade do seu carácter transbordava de amor, “cantas num coro de elite...”, e o seu olhar doce, com aqueles reparos brandos, “o coro da nossa igreja não dá viagens... vem para a gente”. Alguns escutaram-lhe a doçura da voz e tornaram-se amigos do coro e sobremaneira do nosso querido padre José Ribeiro, ah, o monsenhor...Essa propensão para pastor das coisas de Deus foi o que todos viram no tal menino que aproveitava o ajuntamento em dia de matança, “escutem, vou dizer um sermão!...”. E ele, o José, despido de honrarias, foi o que se viu – um dos maiores oradores sacros do seu tempo.Não corria pela fama dos púlpitos, não. Se ficou pelas sacras tribunas alguma erudição, para logo se esquecer o vigor do verbo, alguém, certamente à socapa, gravou-lhe um sermão – o do Senhor Santo Cristo. Esse alguém, à saída da missa do meio-dia da minha Ponta Garça, era um parente meu – o João alfaiate – girando na sua casa de pasto entre uns ricos petiscos da sua Ermelinda e uns copos da sua vinha, ali à Mendonça, “agora, não quero aqui barulho”, e lá rodava uma vez mais e todos os domingos à mesma hora, a cassete com o sermão da segunda-feira do Senhor. Mesmo em frente lhe ficava a cocheira do senhor Josezinho Caetano, e deliciavam-se com a retórica tamanha do padre José os que acabavam de perder uma partida de sueca, “mais jogo menos jogo...”, puxavam de um cigarro relaxante, “isso dá um toque de chorar...”, e viam-se rolar lágrimas esquivas por tanta dor consentida pelo Altíssimo Amigo do padre José Ribeiro.“Aguenta-te para o Rollo dos sacramentos...”, preveniu-me um amigo no meu Curso de Cristandade, , “porquê?’, e fiquei-me à espera, “ele estende-se...”. Realmente, o padre José Ribeiro ia passar das marcas...Cidadãos do Céu vão sendo cada vez mais escassos na terra dos vivos e que deles bem mais se precisava – coisas minhas... O tal menino, em cima da cadeira, trepou o mais que pôde e empoleirou-se na amassaria, excedeu-se, passou das marcas na mais rara e elevada eloquência – que pena, foram só cinco horas.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Aos Descobrimentos.

Passam hoje 554 anos sobre a concessão a Portugal, através da Bula Romanus Pontifex, do direito de propriedade, a título perpétuo, sobre todos os territórios conquistados em África.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Leilão de livros antigos.

O Palácio do Correio Velho leva a leilão uma grande colecção de livros antigos. Dos 1037 lotes a arrematar, o de mais alto valor é o 503 - entre 2000 e 4000 euros - correspondente ao livro "Arte da Cavalaria de Gineta, Estardiota...», de António Galvão d' Andrade.
O leilão, que apresenta ainda monografias raras de cidades e vilas portuguesas, livros de Arte, Etnografia e História, gravuras e fotografias, reparte-se por três sessões, a realizar nos dias 12, 13 e 14 de Janeiro, às 15:00. Aqui fica o endereço: http://www.pcv.pt/

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Luzes de Natal.

Em casa de electricista, espeto de luz.
Ponham as estrelas e as velinhas que quiserem à janela que, na Rua do Frias, ninguém lhe bate. Quem sabe, sabe!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009