sexta-feira, 13 de junho de 2014

23 de Junho - A Noite de São João

 
A azáfama, noite dentro, de forasteiros dispersos; o riso de pipas já vazadas; o canto simples e popularucho de marchas alegres e ensaiadas a rigor; a euforia de repenicadas letras a martelo, cantadas com o afinco de gargantas tão festivas; a beleza da juventude engalanada com preciosas vestes, logo guardadas com o preceito que já nem os domingueiros fatos; barulho; tanta gente a passar; e um precioso silêncio acima de tudo isto…
Um silêncio que admiro daquele feliz alpendre onde se cruzam o cheiro das sardinhas daquela nossa secular Rua, o toque solene do relógio da Câmara, o fogo-de-artifício quando o há e a saudade dessa noite. Onde se cruzam noites de tantos anos, amigos de tantas noites, e a lembrança dos que já por ali se cruzaram sem que o possam voltar a fazer.
E em Casa - portão aberto aos Amigos - do cimo do alpendre, o São João, em tão mimoso quadro, tão devotado como há anos, há décadas, dependurado naquelas paredes, engalanado a papel colorido, portão a dentro, o São João das fogueiras, das fontes, dos bailaricos e das sortes.
O nosso São João… PG