domingo, 25 de julho de 2021

CORO DA MISSA NOVA DO PADRE JORGE SOUSA - Ponta Garça, 18 de Julho de 2021

 

Aos músicos e cantores que deram voz e alma ao Coro que solenizou a Missa Nova do nosso estimado Neo-Sacerdote, Padre Jorge Sousa, também ele nosso antigo e belíssimo tenor, aqui fica o meu agradecimento. Apesar das máscaras e do distanciamento, do calor e da extensão da celebração (3h15), aos 60 músicos e cantores que, empenhadamente, se juntaram nesta Sagrada Causa, a minha gratidão pela paciência, entusiasmo, colaboração e profunda Fé devolvida ao Criador, através do canto e da liturgia.

Desde logo ao meu querido Coro de Ponta Garça e ao seu maestro, Sr. Carlos Neto, o qual, dedicadamente, ensaiou os cânticos litúrgicos ao Coro. Do mesmo modo, à dezena das minhas estimadas cantoras de Vila Franca que, simbólica e esmeradamente, veio dar a sua colaboração. Finalmente, a todos os que acederam ao meu pedido de prestarem a sua preciosa ajuda, aqui destacando a Sr.ª Organista e minha Comadre, Prof.ª Ana Paula Andrade; a competente cantora, Prof.ª Rita Andrade; o belíssimo tenor, Dr. Ricardo Botelho, Presidente e Contra-Mestre do Coral de São José; o maestro da Matriz de São Miguel, Sr. Hélio Medeiros, e seu atinado filho, Dr. Rogério Medeiros; a Sr.ª D. Catarina Medeiros Ferreira, bela voz que nos acompanha desde a Missa Nova de Pe. Norberto, já lá vão 21 anos; a segura Sr.ª Enf.ª Sandra Fontes; os meus profissionais compadres, Dr.ª Andrea Vasconcelos e Dr. Frederico Sampaio; o meu querido Cunhado, Prof. Edgardo Madeira, que desta vez até chegou a horas; e, claro, as minhas Senhoras, Esposa e sempre pronta companheira Gisela, e Meninas Cristiana e Isabel, com os seus decididos instrumentos de corda que tanto aprecio. A todos os Amigos que me acompanham nesta missão de muitos anos, quando e onde é preciso, aos que participaram e aos que, por restrições de lugar, desta vez não pude chamar, o meu bem-haja e Deus vos pague. Uma palavra especial ao grande baixo Dr. Vítor Gonçalves, que nos faltou por mau jeito no pé, desejando-lhe rápidas melhoras. E porque os últimos são os primeiros, aos Seminaristas André Andrade Furtado, do Rosário da Lagoa; Leonel Fidalgo Vieira, das Furnas; Fábio de Sousa Silveira, da Candelária do Pico; e ao nosso Afonso, desta cidade e do nosso Conservatório de Ponta Delgada.

Esta celebração abre-se com uma peça solene de Órgão, enquanto o sacerdote caminha para a Igreja; invoca-se, à maneira antiga, o Divino Espírito Santo, Aquele que, pela Ordenação, trouxe os dons do sacerdócio, com o Veni Creator, em fá bordão, à sua chegada ao templo. Inicia-se, então, o solene cântico de entrada, ”O Cordeiro que foi Imolado” do Pe. António Cartageno. Seguem-se o Kyrie, do Pe. Carlos Silva, o Gloria in Excelsis, do compositor contemporâneo francês, Jean-Paul Lécot, o bonito salmo do seminarista Leonel Vieira, e o imponente Aleluia da Prof.ª Ana Paula Andrade. Ao ofertório, o cântico temático da liturgia do dia (Bom Pastor), “Jesus, Rei Admirável”, também do Pe. Cartageno, intercalado pelo Majestoso Iuravit, do Cardeal Henry O’Conneel (O Juramento de que Deus não se arrependerá). A Consagração pelo Neo-Sacerdote, momento maior da Santa Missa, é antecedida pelo Santo, de Marco Frisina, compositor e Maestro do Vaticano, e seguida, com o celebrante de joelhos, pelo Hino do Santíssimo Sacramento, da velha escola musical micaelense do Padre Serrão, com a percursão identitária das nossas açoreanas filarmónicas. À comunhão, após o Cordeiro de Deus, do Pe. Azevedo Oliveira, o regresso do tema do dia, com “O Senhor é o Bom Pastor”, de António Mário Costa, seguido do sereno e belo “Quem Comer deste Pão”, da Prof.ª Ana Paula Andrade, acompanhado de Violino e Violoncelo, tal como se fizera no Aleluia, encerrando-se com o festivo Tollite Hostias, de Camille Saint-Saens. Após agradecimentos, ofertas, poemas e outras variedades, regressou-se à Sagrada Liturgia com o canto do Te Deum, de Bordese, seguindo-se o Tantum Ergo, gregoriano, em português, encerrando-se a celebração com o Ecce Sacerdos “Novus”, melodia do Pe. Abel Alves, e, às despedidas, o popular “Salvé, Salvé, ó Eleito de Cristo”, de C. Costa, regressando a improvisada orquestra, em toque de Hino.

O repertório procurou promover a música litúrgica contemporânea, assim como a tradição musical diocesana, dentro das normas estabelecidas pela Sacrossantum Concilium, vanguarda das disposições litúrgicas emanada do Vaticano II, a qual nunca é demais reler, estudar, interiorizar e praticar:

“A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da Liturgia solene. A música sacra será, por isso, tanto mais santa quanto mais intimamente unida estiver à acção litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer como factor de comunhão, quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas.

O sagrado Concílio, fiel às normas e determinações da tradição e disciplina da Igreja, e não perdendo de vista o fim da música sacra, que é a glória de Deus e a santificação dos fiéis, estabelece o seguinte: A acção litúrgica reveste-se de maior nobreza quando é celebrada de modo solene com canto, com a presença dos ministros sagrados e a participação activa do povo. Guarde-se e desenvolva-se com diligência o património da música sacra. Promovam-se com empenho, sobretudo nas igrejas catedrais, as «Scholae cantorum».

A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar. Não se excluem todos os outros géneros de música sacra, mormente a polifonia, na celebração dos Ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito da acção litúrgica. Promova-se muito o canto popular religioso, para que os fiéis possam cantar tanto nos exercícios piedosos e sagrados como nas próprias acções litúrgicas, segundo o que as rubricas determinam.“

Ao nosso bom Amigo, Padre Jorge Sousa, agradecendo, em nome da nossa Família, a honra e a alegria deste modesto serviço à Santa Igreja, mas que procuramos fazer no melhor que pudemos e soubemos, os votos de muito sucesso na nova e difícil missão de levar Deus aos homens e os homens a Deus.

Ponta Delgada, Casas do Frias, 25 de Julho de 2021

Paulo Domingos Alves de Albergaria Botelho de Gusmão