segunda-feira, 17 de maio de 2010

2006

2008

2009

Programa das Festas na Rua do Frias.

Domingo de Pentecostes, 23 de Maio
17.00 Missa cantada pela Capela da Matriz, com coroações.
18.00 Procissão da Mudança da Coroa do Espírito Santo da Igreja para a Rua do Frias.
18.30 Recitação do Terço.

Segunda-feira, 24 de Maio
20.30 Recitação do Terço.

Terça-feira, 25 de Maio
20.30 Recitação do Terço.

Quarta-feira, 26 de Maio
20.30 Recitação do Terço.

Quinta-feira, 27 de Maio
20.30 Recitação do Terço.

Sexta-feira, 28 de Maio
20.30 Recitação do Terço.
Entrega das ofertas de Flores e verduras.

Sábado, 29 de Maio
Entrega das ofertas de arroz doce.
20.30 Recitação do Terço.
Bênção da Dispensa.

Domingo da Santíssima Trindade, 30 de Maio
11.00 Cortejo Processional – Ruas: Frias, d’Água, Valverde, Largo da Matriz.
12.00 Missa Solene com Coroação, cantada pelo Coro Litúrgico da Matriz.
13.00 Cortejo Processional – Ruas: António José de Almeida, Machado dos Santos, Pedro Homem, Frias.
14.00 Sopas do Espírito Santo.

A Festa da Santíssima Trindade na Rua do Frias

Em 11 de Junho de 2006, Ano Pastoral do Domingo, dia do Senhor, relembrando aos cristãos a sua importância no encontro com Deus, com a família e com a comunidade, enquanto dia de júbilo e de vida, foi restaurada, no Domingo da Santíssima Trindade, a Festa em honra do Divino Espírito Santo da Matriz de Ponta Delgada, na Rua do Frias, aberta a toda a comunidade de São Sebastião.
Procurando cingir-se ao coração da Festa, o Espírito Santo, dela consta a oração do terço desde o Domingo de Pentecostes, dia em que a imponente Coroa, que se encontra na nossa Igreja, que outrora pertenceu ao chamado “Império dos Nobres”, o Império do centro desta cidade, é trazida para casa dos Mordomos que a recebem, ornamentam e veneram.
No Domingo da Trindade, após na véspera terem sido benzidas a carne, o pão, a massa e o arroz doce que servirão a partilha do almoço comunitário, saem as Insígnias do Divino Espírito Santo em cortejo processional até à Igreja Matriz, participando na Missa Solene do Meio-Dia, onde é coroada uma criança, nesse tão simbólico rito introduzido em Portugal por D. Dinis e pela Rainha Santa Isabel.
Regressando em Festa, a tarde é para as Sopas do Espírito Santo, em mesa corrida na Rua, aberta a todos, partilhando assim o trabalho e a oferta de muitos…
Anos após ano, as pessoas têm primado pela participação, num momento anual de encontro de vizinhanças, primando em ornamentações que dignificam a veneração à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, tão querida dos açoreanos.
As festas do Espírito Santo na ilha de São Miguel tiveram início com o terramoto de 1522 que arrasou Vila Franca do Campo e, por virtude da epidemia de 1673, o povo micaelense, implorando a misericórdia divina, acorreu ao Senhor Espírito Santo, pedindo aos fidalgos que emprestassem as suas Coroas para as colocarem em cima de estrados forrados das melhores colchas.
Em Ponta Delgada, pelo fim da peste, iniciou-se também uma sumptuosa Festa, à qual concorriam as pessoas mais nobres da cidade – por isso ficou a chamar-se a Festa do Império dos Nobres. Logo na Segunda-feira da Pascoela, precedida de uma ruidosa e alegre folia na véspera para afugentar "as malignas enfermidades", era celebrada Missa cantada ao Divino Espírito Santo, na Capela de São Roque da Igreja Matriz, imagem que está associada a esta Festa. Foi nessa primeira Festa, a 9 de Abril de 1673 que, surpreendendo todos os que ali estavam, apareceu uma singela pomba branca que a todos as cerimónias pacientemente assistiu, desaparecendo com terna expressão de contentamento logo depois de terminado o Ofício, ficando essa micaelense expressão de “Festa da Pombinha”.

O Regulamento do Império da Santíssima Trindade da Matriz de São Sebastião

Reavivando as profundas e genuínas tradições da Festa em honra do Divino Espírito Santo da comunidade paroquial da Matriz de São Sebastião da cidade de Ponta Delgada;
Restaurando-se e congregando o Império da Pascoela ou Império dos Nobres, desta cidade, fundado em 1673, e o Império da Ascensão, da antiga zona alta da Paróquia;
Devolvendo ao culto do Divino Espírito Santo o seu cunho espiritual e comunitário;
Atribuindo, à festa do Divino Espírito Santo, a solenidade que lhe é devida;
Dignificando, assim, o Domingo, dia do Senhor, relembrando aos cristãos a sua importância no encontro com Deus, com a família e com a comunidade, enquanto dia de festa e de vida;
Procurando a Festa ser, no coração da cidade, um momento de partilha da comunidade paroquial;

Do Império da Santíssima Trindade

1º É instituído o Império da Santíssima Trindade da Matriz de São Sebastião, adiante designado por Império da Santíssima Trindade.

2º O Império da Santíssima Trindade tem por fim o culto do Divino Espírito Santo.

3º A Festa em honra do Divino Espírito Santo, do Império da Santíssima Trindade, terá lugar na zona da Paróquia onde se realizavam os antigos Impérios da Pascoela e da Ascensão, ou seja, na zona baixa da cidade e na antiga zona alta, compreendidas estas entre a Rua de Santa Luzia e a Rua dos Mercadores, a sul; e a Ermida de Sant’Ana e a Rua do Contador, a norte.

Do Culto ao Divino Espírito Santo

4º As insígnias do Divino Espírito Santo utilizadas na Festa da Santíssima Trindade são a Coroa e a Bandeira da Igreja Matriz.

5º As insígnias do Divino Espírito Santo serão mudadas, para casa dos Mordomos, no Domingo de Pentecostes, após a última Eucaristia celebrada na Igreja Matriz.

6º As insígnias do Divino Espírito Santo ficarão expostas e ornamentadas, em casa dos Mordomos, até ao Domingo da Santíssima Trindade.

7º Do Domingo de Pentecostes às primeiras vésperas da Santíssima Trindade será recitado, em cada dia, o terço, aberto à participação dos fiéis, no espaço em que se encontrarem as insígnias do Divino Espírito Santo.

8º No Domingo da Santíssima Trindade, as insígnias do Divino Espírito Santo serão levadas em procissão à Eucaristia Solene da Igreja Matriz.
9º O cortejo processional será aberto pelos acólitos; seguindo-se as senhoras; a Bandeira do Divino Espírito Santo, levada pelos Mordomos do ano anterior; os homens com as opas; as crianças; e a Coroa, levada pelo sacerdote que presidirá à Eucaristia, e ladeada pelos mordomos.

10º Na Eucaristia Solene será coroada uma criança, convidada pelos Mordomos, a qual acompanhará o sacerdote na celebração e em todo o cortejo processional.

11º Terminada a Eucaristia, o cortejo processional regressará a casa dos Mordomos, acompanhado de toda a comunidade, sendo então a Bandeira do Divino Espírito Santo levada pelos Mordomos do próximo ano.

Da festa comunitária

12º Regressada a procissão a casa dos Mordomos e expostas as insígnias do Divino Espírito Santo à devoção dos fiéis, haverá um almoço comunitário, com Sopas do Espírito Santo.

13º Após o almoço deverão ser desenvolvidas actividades que fomentem o encontro e o franco convívio entre os paroquianos e que se enquadrem no espírito solene e sereno da Festa.

Dos Mordomos e da Organização da Festa

14º Os Mordomos são a família organizadora da Festa.

15º Os Mordomos são escolhidos pelo Pároco, ouvidos os Mordomos anteriores, sendo anunciados no fim da Missa Solene da Santíssima Trindade do ano anterior.

16º Os Mordomos deverão ser escolhidos de entre as famílias com vivência cristã, residentes na Paróquia.

17º Os Mordomos farão a recolha das dádivas para a festa, as quais só poderão ser feitas em géneros.

18º Aos Mordomos cabe o encargo de pedir o necessário apoio logístico e requerer as respectivas licenças.

19º Os objectos doados ao Império são propriedade da Fábrica da Igreja e deverão ser inventariados em livro próprio.

20º Os objectos do Império ficam à guarda dos novos Mordomos, logo após a Festa de cada ano, não devendo ser utilizados para outro fim.

Disposições Finais

21º A interpretação e a integração de lacunas deste Regulamento serão feitas pelo Pároco, ouvidos os antigos Mordomos, dentro do espírito do que aqui se dispõe.

segunda-feira, 3 de maio de 2010




Programa da Semana

04, 05 e 06 de Maio - Terça, Quarta e Quinta-Feiras:
18.00 - Tríduo Preparatório, no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

06 de Maio - Quinta-feira:
21.30 - Recital de Canto Gregoriano, pela Capela Gregoriana Psalterium, de Coimbra, na Igreja do Colégio.

07 de Maio - Sexta-feira:
21.00 - Inauguração da iluminação e arraial no Campo de São Francisco.

08 de Maio - Sábado:
09.00 - Missa no Santuário
12.00 - Homenagens diante do Convento da Esperança
16.20 - Mudança da Imagem e Te Deum.
Arraial.

09 de Maio - Domingo:
00.45 - Mudança da Imagem para a Igreja de São José
06.00 - Alvorada e Eucaristia da Grande Peregrinação da Ilha de São Miguel
10.15 - Saída da Imagem da Igreja de São José para o adro do Santuário
10.30 - Solene Concelebração Eucarística, no Adro do Santuário, presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas, e acompanhada por um coro misto regido pelo Maestro José Graça
15.45 - Saída do Guião da Procissão que percorrerá o trajecto habitual
16.30 - Saída da Imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
Arraial.

10 de Maio - Segunda-feira (feriado municipal):
11.00 - Missa Solene presidida por D. Aurélio Granada Escudeiro
14.30 - Arrematações.
Arraial.

13 de Maio - Quinta-feira:
18.00 Encerramento - Missa Solene em honra da Madre Teresa da Anunciada, presidida pelo Reitor, Monsenhor Agostinho Tavares.
Arraial.

A Ilha na Cidade: As Festas do Senhor

Chegaram as festas. Por toda a Ilha, as festas do Senhor marcam este tempo, envolto em alegria e assente no entusiasmo que só os açoreanos sabem pôr nestas coisas.
Cheira a festa na cidade: misturam-se acordes, que enchem de música a harmonia do Campo, com vozes açoreanas marcadas pelo timbre da diáspora.
Assim são, ano após ano, as nossas grandes festas: de um momento para o outro, quase sem darmos por isso, a Ilha cabe toda no centro da cidade.
São Miguel em peso, acompanhado dos seus visitantes destes dias, corre serenamente as artérias que entrelaçam a cidade. Como se tudo tivesse parado. Como se a cidade se tivesse reencontrado consigo própria pela primeira vez.
Como daquela vez, em 1700, em que os nossos antepassados paralisaram a cidade trazendo à Rua a mesma Imagem de Cristo cujo olhar se mantém constante novidade passados 310 anos.
E, sempre que chega a festa, afinal há outra cidade. A força da nossa identidade, Ponta Delgada genuinamente, esmaga por uns dias a sua aparente condição de subúrbio da aldeia global.
Afinal o que temos de maior e de melhor não é cópia de ninguém, não é moda em nenhum outro lado nem deixa de o ser, não faz parte de nenhum programa político, nem está ao serviço do poder. Existe porque existe Ponta Delgada. Sem as Festas do Senhor Santo Cristo poderia certamente esta cidade ter o mesmo nome, mas não estaríamos a falar do mesmo lugar.
É bem a prova de que a qualidade de vida de uma cidade, em muitos aspectos, não depende de mais nada que não da sua própria gente. Muitas vezes nas pequenas coisas, algumas que já só respiram de forma pura nas pequenas comunidades, e a que nós, por uma razão ou por outra, deixamos de dar espaço ou deixamos que as deturpassem, nesta constante complacência com a substituição do distinto pelo mediano. Nos pequenos gestos, na caridade, na fraternidade que anima as vizinhanças da velha cidade, em tanta coisa simples, podemos certamente construir uma cidade mais feliz.
E é por isso que a sumptuosidade da festa exterior não ofusca de modo algum a magnificência da interioridade e do encontro de cada homem e mulher com Deus e consigo próprio. As festas constituem um património de vivência em comunidade, numa demonstração pública de fé.
Só há festa porque os homens crêem que festejam Deus na Terra. Com grande solenidade. Com formas diferentes de encarar o acessório. Dirigida a todos. Mesmo àqueles que, sem terem ainda descoberto a fé, participam na festa por dever de ofício. A ninguém aquele olhar passará despercebido.
As festas do Senhor são a conciliação verdadeira da fé e da tradição. À boa maneira do nosso povo, alheio a delongas filosóficas de fúteis conclusões, mais interessado na busca do verdadeiro Bem do que em reflectir no acessório qual é a verdade mais ao jeito de cada um.
Celebramos Deus exteriorizando a fé na forma como o aprendemos de quem nos antecedeu. Vivendo-a.
No nosso tempo e com aqueles que nos rodeiam.