quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Dia de Solene Te Deum

Te Deum Laudamus.
Hoje é dia de agradecimento. Assim termina 2008. Agradecer com arte e elevação.
Pela Ilha de São Miguel é cantado o Te Deum de Perosi às 19.00 na Igreja de São José, em Ponta Delgada, e o Te Deum de Bordese às 20.30 na Matriz de São Miguel Arcanjo, em Vila Franca do Campo.
E então sim votos de bons anos.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A noite do Madeiro.

No silêncio que oferece a serena noite, só o estalar da madeira timbra o tempo, aquecendo os cantares ao Menino, num sentimento comum que centra naquele aconchegante fogo a imagem da Luz que Ele trouxe ao Mundo. É essa a tradição do Madeiro: o calor, também humano, que rasga a gélida escuridão.
Um Menino nasceu! Começou um tempo novo.
Este ano, na Casa de São Domingos, à velha Rua do Senhor, cumpre-se o antigo uso. Ali, no coração da sempre Vila, em Domingo da Família Sagrada, 28 de Dezembro, às sete horas do entardecer, as chamas da tradição iluminam o tempo que passa.
O afecto do Menino, ornamentado em lapinhas e presépios, e a partilha de singelas mesas postas aguardam a fraterna presença dos amigos.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Um Santo Natal.

Vivemos os dias de Natal.
Celebramos o nascimento do Senhor Deus, feito Menino.
O tempo dos presépios. Ainda bem que estão de volta. É verdade que nunca desapareceram do calor das casas tradicionais: no centro do esplendor dos velhos salões solarengos ou na candura das rústicas cómodas campestres, a graciosa representação do nascimento do Deus Menino nunca perdeu o seu lugar. Porventura foi esquecido, por imitação ou acanhamento, nas assoalhadas em que as modas são ditadas, à classe média, através do aparelho mágico.
Ainda bem que os presépios estão de volta porque são a melhor representação do Natal.
É óptimo que nós sejamos pela Paz, sobretudo se a Guerra, Graças a Deus, está a milhas daqui. É óptimo que as crianças, nestes dias, recitem encantadores poemas sobre os desfavorecidos, que bem padecem do outro lado desta individualista aldeia global. É belíssimo aproveitarmos a época e os dias de repouso para tirarmos tempo para nos reencontrarmos com a família e os amigos. É encantador lembrar aquele velhote barbudo e sorridente, outrora vindo pela chaminé, hoje, a bem dizer, em muitos casos pelo exaustor, com o seu ar triunfante e vitorioso, como a cultura americana.
Para os mais distraídos comemorar-se-iam cem ou duzentos anos de Pai Natal, cinquenta ou sessenta de bolo-rei ou vinte ou trinta de compras ao metro. Mas pouco significará o Natal quando for apenas o espaço de tempo que vai do dia das montras ao dia das compras, ou da noite da comida à do populacho das Avenidas. Com o mérito que cada uma destas facetas tem, enquanto festa social e até dinamização destas nossas Ilhas, nenhuma delas, nem as tantas outras, pode substituir o Natal.
Hoje os presépios voltaram donde tinham sido arredados e isso é um bom sinal. Claro que voltaram tão ao jeito dos nossos dias: porque são vendidos às caixas sobre caixas, entre prateleiras de bacalhau, em réplicas com o toque final dos nossos irmãos chineses, em modelo pronto a armar.
Mas, mesmo assim, ainda bem. Ajudam a lembrarmos a razão da festa: o nascimento de Cristo.
Mas o Natal não é apenas memória, é sobretudo uma celebração.
Uma celebração de Fé.
Nasceu um Menino: Deus fez-se Homem entre os homens.
Crentes ou não crentes, nasceu para todos. O Natal é única e exclusivamente a celebração do nascimento de Cristo. Com todos os adornos que embelezam a festa e até a nossa vida.
Talvez por isso o melhor voto que se possa fazer nesta Festa seja tão só: Um Santo Natal.
Com o respeito que quem não crê nos deve merecer, a absoluta convicção e a alegria do privilégio da Fé é a humildade do reconhecimento da pequenez humana face à grandeza de Deus. Quão mais triste não será acreditar que o homem é o senhor de si mesmo, o maior no cosmos e na ciência, e, de um instante para o outro, faltando o sopro da vida, a magnitude da inteligência e a importância de si mesmo ficam reduzidos a carne putrefacta abandonada à lama submersa da sepultura.
Quão grande é o Dom da Fé: a alma, mais humilde e mais recatada que a razão, mas outrossim, destinada à Glória da Vida.
O Natal é isso mesmo: a festa da Vida. Da Fé na presença de Deus entre os homens.
Simbolicamente, os Meninos de loiça regressaram às nossas casas. Simbolicamente, regressemos nós também à Casa do Menino. A noite de Natal é noite de celebração. Claro que Ele também faz casa sua em cada coração, mas que seria da ceia de Natal se, ao invés de nos encontrarmos, ficássemos cada um na sua solidão com toda a família no coração? Deixemo-nos de poesias e comodismos. Quem tem Fé tem o dever de a assumir e de a viver em comunhão com os outros, em Igreja.
Que mundo queremos afinal para os nossos filhos?
O mundo da futilidade, por mais que seja disfarçado, é inócuo, triste e infeliz.
Quem tem Fé não sinta vergonha de apontar para o Menino que nasceu e nessa ternura reconhecer o próprio Deus.
A estes o Natal significará com certeza a paz consigo próprios, com aqueles que os rodeiam e a verdadeira Justiça com os que lhes estão próximos.
Certamente um Natal bem mais feliz.
Um Santo Natal!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O nosso Conservatório.

Não há Natal sem crianças e quanto mais belo o recordamos é de quanto mais já o fomos.
Será certamente por isso que a Festa de Natal do Conservatório tem sempre uma côr especial. Lembra-nos as gerações que já o foram e as que atrás virão.
O tempo que passa e a vida para se ser feliz.
Claro que a qualidade ajuda muito a distinguir a tradicional audição de Natal do nosso Conservatório. Embora o toque solene daqueles corredores de outrora, repletos de requintados pais, orgulhosos de tão prendados filhos, já se tenha desvanecido com a entrada em cena de outras castas menos esmeradas, embora de direitos sempre transbordantes, no palco, a qualidade, certamente pelo esforço desumano de professores que aprendizes foram em outras épocas, essa não desvanece nem vacila, antes se engrandece com o muito que é conseguido. Não fosse a sua directora, Dr.ª Ana Paula Andrade, uma verdadeira Artista, de tão grande coração e simpatia, do melhor que é o ser humano.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Bodas de Ouro.

O Padre Doutor António da Luz Silva, natural de Santo António das Capelas, ilha de S. Miguel, celebra hoje as suas Bodas de Ouro sacerdotais. Foi ordenado em Roma no dia 20 de Dezembro de 1958, na Basílica de S. João de Latrão. É actualmente Pároco e Ouvidor das Capelas, após largas décadas ao serviço da formação sacerdotal nos Seminários da Diocese de Angra, onde sempre foi muito estimado pelos seus alunos e merecedor de elevada admiração pela sua profunda cultura.
A Festa ocorre hoje às 14.00 horas na Matriz das Capelas.
Ao grande Mestre e amigo, os parabéns deste e de tantos outros que com ele aprenderam a riqueza desta nossa língua mãe.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Concerto de Natal.

Sábado, dia 20 de Dezembro, pelas 21 horas, a Banda Lealdade fará um Concerto de Natal na Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo, na velha Capital. Uma iniciativa inovadora da mais antiga Banda do concelho de Vila Franca e de uma das mais antigas da Ilha, fundada em 1867.
Pela ideia estão de parabéns a sua dinâmica direcção e o seu presidente, Carlos Medeiros. Por esta e pelo Concerto que certamente terá a qualidade a que a Lealdade já nos habituou, muito se deve ao seu competente Maestro, Carmino Melo, músico da Banda Militar, feito artista, de criança, nos bancos da centenária Banda.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O novo João Bento Sampaio

Nasceu, no dia 15 de Dezembro, o menino João Vasconcelos Bento Sampaio.
Aos jovens pais, Frederico e Andrea, aos bonitos irmãos, Tomás e Júlia, e aos babados avós João e Eugénia e João e Esperança, muitos parabéns.
Ao recém chegado, uma vida feliz.
Que honre os seus antepassados e fique na memória para os vindouros!
Assim o deseja um trineto do primeiro João Bento Sampaio pontagarcense.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Cantar o Natal.

De hoje a uma semana é Noite de Natal.
O tempo, para os cantores, é de participados ensaios, que a Festa está à porta. A Grande Noite tem um encanto especial que ainda mais se aviva quando envolta na vontade de dar corpo à arte dos sons, tão intimamente a ela ligada.
O Gloria in excelsis Deo marca-a com o timbre das vozes e o sempre imprescindível rei dos instrumentos. É por isso que o Coro Alto será sempre o melhor palco do mundo, de onde a música se eleva não ao agrado dos homens mas à magnificência do Criador.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Rua Monsenhor José Ribeiro Martins.

Nos Arrifes, sua freguesia natal, foi descerrada Domingo a placa toponímica em homenagem ao grande vulto do sacerdócio micaelense, Monsenhor José Ribeiro Martins. Por convite do bom amigo José Andrade, ilustre presidente da Comissão de Toponímia, coube-me a honra da intervenção de homenagem ao estimado Padrinho:
“Cravada no alto da freguesia que teve a honra de lhe servir de berço, a nova artéria aqui inaugurada lembrará aos vindouros um dos seus filhos mais ilustres, que, na outra banda da freguesia, à entrada de quem chega da cidade, passou os seus dias da infância à juventude, até daqui ter partido, no final da década de 40, para o Seminário de Angra. (…) Aqui nasceu a 5 de Novembro de 1929. Logo aos quatro anos perdeu o pai, não tendo mais irmãos, vivendo com a sua mãe nessa pequena casa ao início da Saúde.
Essa forma de estar na vida, ao serviço de muitos, mas quase sozinho, acompanhou-o sempre, até hoje, onde, por força da doença, passa os dias num cadeirão, novamente só do mundo e da família. Ou melhor, da família que, após a morte da sua mãe, praticamente não teve. Um dos padres que no seu tempo foi mais público, o grande pregador Padre Ribeiro, nas horas importantes, esteve sempre quase só. Ou melhor, com a sua mãe e com Deus. Foi assim na sua infância, em que a fé lhe foi transmitida pela piedade e bondade maternal. Foi assim na sua Missa Nova, celebrada de modo discreto na própria Capela do Seminário e a que assistiu a sua mãe. É assim hoje após anos de trabalho e dedicação ao Povo de Deus. Ele, a sua mãe retratada ao lado da sua cama e Deus, a Quem dedicou a vida e que nem a doença o faz esquecer. (…)
Em 1955 foi nomeado Pároco, o que lhe deu grande alegria, por poder servir assim as pessoas de perto. Durante 22 anos, desenvolveu grande acção apostólica na sua primeira paróquia, a de Nossa Senhora dos Anjos, na Fajã de Baixo, onde sempre foi muito querido por todos os paroquianos. Contava com emoção o dia da sua chegada de camioneta à Fajã, como que a uma terra distante, entulhada de gente junto à Igreja, à espera do Padre novo, que a tomou por sua e, ainda hoje, se a memória volta, é sempre dela que se lembra, como se aquela edílica terra de 1955 e aquele jovem sacerdote de 26 anos estivessem fadados um para o outro, numa empatia que durará enquanto viva alma existir dessa presença quase perfeita da Igreja entre os homens. (…)
Homem desprendido, pregou nos quatro cantos do mundo português, sem que com isso arrecadasse o que fosse para si. Muito do que recebeu dava aos pobres ou à Paróquia, fosse dinheiro, fossem ofertas.
Em 05 de Novembro de 2005, data do seu aniversário, e ano das suas bodas de ouro, foi justamente homenageado com a Medalha de Ouro do Município, o que, com humildade, aceitou e agradeceu. Mais uma vez, a Autarquia hoje presta-lhe homenagem. Desta vez já não pode aqui estar para aceitar e agradecer. Sei que se, num destes dias, lhe conseguir transmitir esta notícia, irá sorrir e ficar feliz por se lembrarem de si.
Aqui, nos Arrifes, começou a história deste grande homem que serviu o povo micaelense sobretudo na segunda metade do século XX. Aqui, nesta bonita terra, onde, numa rasa campa logo à entrada do Cemitério, descansam em paz os restos mortais do pai que precocemente lhe faltou na infância e da sua amada mãe que sempre o acompanhou, tranquilamente, ao sabor do vento que, aqui do alto, percorre os Arrifes, invade o coração da Cidade e chega, com ternura, à sua Fajã, permanecerá o nome de um grande homem, um dedicado padre, um ilustre cidadão e um saudoso amigo.”

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Viver no centro da cidade.

Para quem sabe usufruir do centro da cidade e aprecia o património, aqui fica uma sugestão na emblemática Rua do Frias. É verdade que corre a crise. Pois é a melhor altura para adquirir. Além do mais, não está restaurada, o que é óptimo, pois está em estado puro.
Ao lado do Museu Armando Cortes Rodrigues, propriedade da família Cogumbreiro, além da casa adquire bons vizinhos. Devia, aliás, estar reservada a gente de bom gosto e feitio.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Um excelente livro.

Hoje, Quinta Feira, dia 11 de Dezembro, às 21.30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, é lançado o livro "Presépios na Ilha de São Miguel, Séculos XVIII-XIX" de José de Almeida Mello e com Prefácio de Sua Alteza Real, o Duque de Bragança.
A beleza do tema e o contributo que o carismático autor dá à preservação e conhecimento do nosso Património merecem aqui o registo de sentido apreço. Certamente uma boa oferta de Natal.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Um encadernador à antiga.

Chama-se Jacinto. Um homem daqueles à antiga. Do seu trato, ressaltam logo os valores do trabalho, do respeito e da Fé. É encadernador desde longa data. Já fez trabalhos para centenas de serviços, sobretudo no tempo em que o Diário da República e o Jornal Oficial eram periodicamente encardernados. Chegada a Internet, foi-se o serviço. Mas não se foi o jeito. Apesar dos seus 80 anos, faz de cada livro uma obra de arte, ainda mais que sabe que os poucos pedidos de agora têm mais a ver com o gosto e o requinte do que com a mera necessidade de encadernar resmas de papel. Aliás, o gosto é recíproco: tem primor no que faz e, como diz, o melhor pagamento é "os senhores gostarem". Sim, porque o outro pagamento é quase simbólico, face ao tempo e à perícia que exige cada uma destas encadernações.
Então agora que foi operado à vista está até mais jovem. Daquelas pessoas que dá gosto conhecer. O senhor Jacinto das Capelas. Lá vem ele à janela do número 5 da Rua de São Pedro, onde vive sozinho, a ver quem o procura. Pode ser que seja mais alguém que ainda aprecie e lhe encomende a arte. Bem o merece.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Missa em Latim regressa a Lisboa

Na monumental Basílica dos Mártires, na cosmopolita Rua Garret, em pleno Chiado, às 10.30 da manhã de Domingo, desde o mês de Outubro, é posta à disposição dos cristãos a possibilidade de participarem na Missa com a solenidade da secular lingua oficial da Igreja. Entretanto, prepara-se uma Escola de Canto Gregoriano para dignificar esta Missa, a Schola Cantorum Olisiponensis.
A Igreja tem como Prior o dinâmico Cónego Armando Duarte e a Missa é celebrada pelo Padre Doutor Armindo Borges, um ilustre Nordestense doutorado em Música em Roma.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

As Comemorações

Entre os acordes triunfantes do Hino da Restauração, executado pela Banda da Marinha, e o ritmo compassado do pequeno chovisco que é próprio das tardes de Dezembro, na Praça dos Restauradores, promovidas pela Sociedade Histórica Independência de Portugal (http://www.ship.pt), com a presença de todos os ramos das forças militares da Nação, decorreram as comemorações da Independência de Portugal, lembrando às gerações de hoje a nossa História e o nosso Património.
Já, ao Meio Dia, havia sido celebrada Missa evocativa, na Igreja de São Domingos de Gusmão, brilhantemente solenizada pelo Coro de São Domingos de Benfica, e, na véspera, no emblemático Convento do Beato, cerca de mil pessoas, ao Jantar, lembraram o acto heróico dos Conjurados de 1640.