sexta-feira, 25 de junho de 2021

Noite de São João 2021





Um registo da Menor das noites do Ano, 23 de Junho de 2021, véspera da celebração do Nascimento do Percursor, na tradição da Casa de São Domingos, na nossa Vila.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

O nosso Senhor França

À hora de Almoço, bateram-me à porta de Casa, aqui no Frias. Pelo toque, era o Senhor Serginho, mas em som mais acelerado e decidido. Percebi que era algo importante. Quando cheguei à varanda, pensou um pouco, deixou primeiro o silêncio falar e só depois concluiu, com tristeza: “venho comunicar-lhe o que soube há pouco”. Não precisei ouvir mais nada…

Desde o Sábado do Senhor Santo Cristo que o nosso comum Amigo, Senhor França, nunca mais cá aparecera. Despedira-se, aliás, nesse dia, com a refinada educação que transportava consigo, mesmo nos dias de menor fortuna, desejando uma Santa Festa do Senhor e até Domingo, se Deus quiser. Estava mais tristonho, mas isso dava-lhe às vezes. E era natural. A má cabeça condenara-o a uma vida de sofrimento. Mas passava-lhe. E acabava por regressar com boa disposição.

Por sinal, era muito devoto do Senhor Santo Cristo. A última gentil oferta que me fizera fora precisamente um bonito prato da Veneranda Imagem, o qual eu já tinha posto na Sala do Consultório, com Fé no Sagrado Representado e orgulho no dedicado gesto, para lhe mostrar quando ele regressasse. Mas afinal, sem o sabermos, após muitos anos de Amizade, simbolicamente, este Sábado do Senhor Santo Cristo era mesmo o último dia em que nos encontraríamos aqui pelo mundo terreno.

Luís António Fernandes França, nascido a 21 de Setembro de 1966, no seio da elegante Família França desta cidade, ligada à fundação da velha Casa de Américo França, antecessora da loja Gil M. Teixeira, já fora estudante, cumpridor do serviço militar e colaborador dos jornais da praça, mas foi-se deixando decair e vivia já sozinho, pela Calheta, alheado do mundo, embora sempre atento às actualidades políticas da terra e às coisas de Deus. Conheci-o já no meio das suas aflições da vida. Passou a ser um frequentador habitual das nossas Casas, o que muito me honrava. Nem lhe fazia qualquer favor, pois nos dias de Festa era, pela sua cultura tradicional e educação natural, uma boa companhia. Havia até celebrado solenemente os seus 50 anos aqui nas Casas do Frias com a honrosa presença do Cónego Constância, que lhe dedicava Amizade, caminhando agora para os 55 anos, os quais não completou por cá, tendo partido para a Terra dos Vivos na passada Sexta-feira, dia 04 de Junho, sendo sepultado no Sábado, dia 05, no Cemitério de São Joaquim, na campa 105 do talhão norte (7ZA), à qual hoje acorri, na habitual saída após o Almoço, a prestar-lhe a minha última homenagem e rezar por sua alma.

Já tinha estranhado ele não ter aparecido no Domingo do Espírito Santo, como era tradição. E nunca mais cá aparecer. Hoje, quando este nosso Senhor Serginho me disse que vinha dar uma notícia, pressenti logo que fosse isso. A vida mete-nos respeito. Isto, de facto, é tudo tão estranho…

Deus o tenha, que bem merece. Tinha essa má cabeça, mas um grande coração. E uma esmerada educação à moda antiga. Era mesmo um Amigo! Nunca fiquei mais pobre por qualquer miséria que lhe tenha dado, mas hoje ele deixou-nos, a mim, à minha Casa e àqueles que a frequentam, muito mais pobres…

Senhor França, bom Amigo, até à Eternidade, se Deus quiser. Em qualquer dia, que aí é sempre Domingo…

(Foto das Sopas do Espírito Santo das Casas do Frias - 2017)

sábado, 5 de junho de 2021

Restauros nos Recantos da Casa de Mouronho



O Painel Identificativo da Casa, obra artesanal da nossa lagoense Cerâmica Vieira.



Iluminação e limpeza do velho depósito do azeite.



Restauro do louceiro principal.

quinta-feira, 3 de junho de 2021