sexta-feira, 3 de junho de 2011

Domingo é dia de Partidos…

Em vésperas de eleições, vêm-me à memória, com satisfação, as alegres campanhas de rua que, normalmente fugindo à imprensa e aos encontros com opinativos aspirantes a políticos, percorriam os recantos de toda a Ilha, palmilhando-a à Canada e ao Outeiro, juntando, à sua volta, descontraída caravana que, sem grandes preocupações em convencer o povo do que quer que fosse, pois que o genuíno já partilhava naturalmente das causas daquelas cores, rapidamente se deixava convencer pela beleza do mundo rural e pela grandeza desse Povo profundo. Talvez por isso, por essa empatia à primeira vista, vá-se lá saber como, na hora da verdade, os votos sempre caíam naquela sigla com desusada abundância…
Não sei se hoje, habituado a esta mais pacata vida de estudioso e conselheiro, instalado em simpático torreão do Frias, as pernas se readaptariam àquela romagem anual de trinta dias em caminhada de sol a sol, com tradicional paragem nas mais puras adegas que salpicam a Ilha da cor da felicidade de quem partilha o melhor vinho que lhe enche a adega...
Mas, essa parte hoje já só é memória.
Outra há, porém, o dia dos votos, que permanece na rotina da vida, dizendo-se até, com alguma verdade, que é esse um dever ético e moral desde que, com a malfadada Revolução Francesa, perdemos o distinto título de respeitosos súbditos e nos rotularam com esse estranho epíteto de “cidadãos”…
Ora, se nas presidenciais nem a doutrina do mal menor me consegue convencer a sair de casa, nas legislativas, apesar de tudo, ainda há escolhas interessantes, algumas até menos conhecidas.
Chego a lamentar o facto de só poder votar uma vez.
Claro, gosto de votar no CDS. Nem que seja por tradição familiar ou tantos anos de ofício. Mas ainda mais agora que Paulo Portas está em franca recuperação e Artur Lima tem engrandecido o Partido nos Açores, há óptimas razões para o fazer.
Mas depois, agora que não tenho obrigações partidárias, há sempre o meu Partido de infância, daqueles 6 e 7 anos, em que assistia aos tempos de antena do PPM com o mesmo entusiasmo que me despertavam as aventuras do D’Artacão… Mas, claro, mais importante do que isso: o PPM merece o voto dos monárquicos. Ainda mais agora que está com uma boa organização. Tem história e tem carisma. E gente extraordinária que vive a nossa História e os nossos valores tradicionais, como o bom amigo Gonçalo da Câmara Pereira. E o candidato dos Açores, Paulo Estévão, tal como Artur Lima do CDS, também daria um óptimo Deputado ao Parlamento.
Mas agora, para complicar as contas, aparece o PPV. O Portugal Pró Vida é um novo Partido que tem como objectivo a defesa dos valores em que eu acredito: a Vida e a Família. Segue a Doutrina Social da Igreja e é um movimento cívico sem pretensões de poder, tendo-se constituído a partir dos movimentos de defesa da vida humana. É gente de princípios e com muita garra em defesa do bem comum.
E talvez até desse também um voto ao PNR. É verdade que tem umas tropas repletas de cavaleiros do asfalto, forrados de tatuagens e com o cabelo curto de mais para o frio que às vezes faz em Lisboa. Mas o líder, Pinto Coelho, diz aquilo que toda a gente tem medo de dizer, é o único que não presta vassalagem ao 25 de Abril e está próximo de ser eleito deputado por Lisboa, o que seria uma pedrada no charco esquerdoso que domina a Nação. E para combater essa virulenta esquerda só mesmo com as tropas que tem à volta!
E, claro, em última instância, o PSD. Apesar de tudo, sociologicamente é aparentado com quem valoriza a Nação. Felizmente que desta vez o candidato é Passos Coelho, pois assim não me faz perder muito tempo a dar voltas à cabeça…
Mesmo assim, no Domingo, só tenho um voto! Pouca sorte. Se alguém também o tiver, ajude-me a distribuir por esta prezada lista….

3 comentários:

JBS disse...

Se eu tivesse a paciência de esperar, não perdia o meu precioso tempo, ouvindo tanta propaganda barata.
Talvez, o nobre cavalo diria da sua raça e de seu amo - "olhai as virtudes do povo trabalhador"

Anónimo disse...

Estou aqui a ver alguém cheio de saudades da política, coisa que se entranha no corpo... mas, nas opções, faltou a referência ao endémico PDA, nestas eleições mio continentalizado!
Um abraço

NB Gomes

Casa Botelho de Gusmão disse...

É verdade, o PDA também é uma referência, sobretudo quando o candidato é o Dr. Melo Bento, uma figura marcante do nosso tempo desta terra.