Ao som de Strauss se abrem, à Meia-Noite, os velhos bailes de Carnaval. Daqueles que se propagavam nas velhas casas da Ilha, antes que o século XIX invadisse a tradição com o omnipresente toque do colectivo. Melhor novidade trouxe ao Carnaval a complexidade das composições da nossa velha Terra de Vera Cruz, em que músicas cheias de ritmo, com alegres acordes, ainda que muitas vezes peculiarmente menores, dão vida a letras de vidas sofridas, em um dia no ano teoricamente aliviadas…
Mesmo assim, quão mais belo é o nosso Entrudo, ainda que ao som de samba, por não servir de fuga à vida, mas de sua parte feliz. Ora também nas Casas do Frias, com traje de Gala ou Fantasia, é o Baile iniciado à Meia-Noite, antecedido de Ceia com as iguarias próprias, logo após o peculiar Teatro-Bailinho, que, com a prestimosa ajuda das crianças, traz, em rima, à boca de cena, as verdades do ano de alguns convidados mais incautos, até que em Coro encerre:
“Nesta festa sem idade: Carnaval são só três dias.
Com estas cores na Cidade, só na Rua do Frias.”
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