sexta-feira, 10 de abril de 2009

A Cruz, sinal de Vitória.

Celebrar a Páscoa é viver a vitória da vida, cuja salvação da humanidade tem no madeiro da cruz a primeira testemunha. A cruz é, por isso, o símbolo típico do cristianismo, não tanto pelo sofrimento que nela foi infligido, mas sobretudo pela maravilha da salvação, da qual foi instrumento.
É, assim, e antes de mais, sinal de fé. Entre nós, sinal da fé de quase todos os açoreanos e até mesmo de quase todos os portugueses, praticantes ou não.
Mas é também sinal da nossa própria identidade histórica. A cruz é parte integrante e substancial dos nossos usos e costumes, da nossa própria paisagem edificada, das várias formas pelas quais se expressa a arte e até das nossas vivências.
Para poder apagá-la da nossa história seria necessário apagar grande parte da cultura do nosso país e privá-lo de uma característica essencial da sua identidade.
A cruz está estacada na História do homem e do mundo.
Mesmo assim, ignora-se, ou finge-se ignorar, que é a cruz o primeiro e o maior símbolo da libertação do homem.
O laicismo já tem anos suficientes para atingir a sua maturidade. O fundamentalismo anti-confessional deve dar lugar a uma postura aconfessional que, nem por isso, ignore ou hostilize o facto religioso e os seus valores.
Ostentar publicamente a cruz é exprimir a convicção de que todos os homens são iguais e irmãos uns dos outros, crentes e não crentes, judeus e pagãos, negros e brancos.
Cravar no seio do mundo contemporâneo o milenar símbolo da vitória é lembrar aos homens que a razão e o fim da nossa existência é a prática da solidariedade e o amor ao próximo.
Visto assim, dificilmente encontraremos outro sinal que, com tanta força, exprima o valor daqueles que nos rodeiam. Haverá nisso mal?
Uma Santa Páscoa.

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