quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A guilhotina da liberdade.

Em 1793, neste 21 de Janeiro, Luís XVI e Maria Antonieta são executados na guilhotina, em Paris, na Place de la Revolution. O primero grande gesto humanista dos proclamadores da liberdade, igualdade e fraternidade, hoje elevados a heróis do mundo moderno, apagando assim a verdade sobre um punhado de desordeiros libertinários, igualitários e fraticidas cuja única motivação, intrínseca aliás à natureza humana, foi a de, invejando as rendas da corte, substitui-la no fausto e na opulência. Assim o quiseram e conseguiram. Aliás, porquê a Revolução?
A França do Antigo Regime era um grande edifício construído por cinquenta gerações, por mais de quinhentos anos. As suas fundações mais antigas e mais profundas eram obras da Igreja, estabelecidas durante mil e duzentos anos. A França sofrera uma evolução assinalável nos últimos anos: não havia censura, a tortura fora proibida em 1788, e a representação do Terceiro Estado nos Estados Gerais acabava de ser duplicada para contrariar a Nobreza e o Clero que não queriam uma reforma dos impostos. Em 14 de Julho de 1789, quando a Bastilha foi tomada pelos revolucionários, albergava apenas sete prisioneiros. Com excepção da nobreza rural, a riqueza das restantes classes sociais na França tinha crescido imensamente nas últimas décadas. O crescimento da indústria era notável. Segundo Jacques Necker, a França detinha, antes da Revolução, metade do numerário existente na Europa. Desde a morte do Rei Luís XIV, o comércio com o exterior tinha mais do que quadruplicado. A servidão dos campos, que ainda existia em alguns países da Europa, persistia apenas em zonas recônditas da França, e sob forma muito mitigada. Em 1779, o Rei tinha apagado os últimos traços de servidão nos seus domínios, tendo sido imitado pela maioria dos senhores.
Outrossim, por essas melhorias, a França do fim do antigo regime estava impestada de novos burgueses endinheirados ávidos de poder e de honrarias. Tudo em nome da liberdade, igualdade e fraternidade. E hoje que é o pronto a pensar da televisão, ala a heróis a seita dos jacobinos!

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